terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Traje de Dó e Açafrão no Tempo

"Há um momento de morte nos momentos em que estamos quietos" (Federico Garcia Lorca)

Na raiz do peito emaranhou-se o canto
Por indolência da voz em desatá-lo no ar.
Coração na boca não dá prazer à língua,
A garganta engole verde o vermelho do amor.

Apatia nos cabelos e os olhos no fundo do mar.
Vontade à paisana, realejo mudo.
Uma sombra de funeral ameaça a libido,
Distante luz neon do meu amar.
Resta o pó.
Resta o ar.
Resta soprar.