quinta-feira, 24 de abril de 2008

Pensando em fRaGmento


"Sem muito orgulho de ter um corpo que se vê,
eu tinha sobretudo muita vergonha de ter que lhes deixar
depois de minha morte um corpo que fica;
só de pensar em vê-lo como despojos eu já sentia vergonha por ele.
Minha mãe dizia: Dá-o à terra!
Eu pensava: Pois tomara que ela aceite!
Eu aspirava ser de madeira breve, ou rubifão,
plástico elastificado ou de metal metalurizado,
e não em carne que vai a lugar nenhum."

(Valère Novarina)

4 comentários:

Eleonora Marino Duarte disse...

a liberdade da carne é o pensamento! é ele quem vai para longe, até da carne.
a memória é uma roupa usada, usada pelo pensamento. eu evito usar, para ser leve, para voar sem peso, mas as vezes a roupa cabe, ainda veste e vale a pena revisitar os lugares todos onde se foi com ela: a casa da madre e os biscoitos, o café de tia elbe, a trilha de blade runner saindo pela caixa de som enquanto nós voávamos na fumaça, você vestida de "Ela" e eu de mendiga, o apartamento da transilvânia, o "trio boa pinta" estreando na oficina do sargento, ...

sabe, a coisa do galinheiro da estrada do pinhão mexeu demais comigo... estou vestindo os vestidos das ancestrais e os nossos... vamos ver no que dá...

em tempo: quem imita você sou eu coquinha! sempre foi assim...

um beijo de amor,

ps, ainda agora eu disse ao bóris: cadê pudim heim?

Mayra Kinte disse...

Que bom ver tudo se renovando por aqui.

Novarina é genial!
"O animal do tempo" é um soco no estômago dos materiaistas. Eu também queria ser de madeira breve ou rubifão e, acima de tudo, uma alma bem grande, para que eu pudesse colocar de tudo nela. Também gostaria de ser mais flexível.
Estive conversando com o Seu Fuchs e falamos sobre curtir e aprveitar.
Quero ter uma alma que curta e aproveite, aqui nessa vida e naquala outra, e na outra, e na outra, naquela outra também, naquela outra, talvez, na...

E Viva Novarina!

Abraços melosos de saudades!

Mayra Kinte disse...

Corrigindo:
*materialistas
*aproveitar

Beijocas

Joice Marino disse...

Betina querida,

Sim a coisa do galinheiro na estrada do pinhão também mexeu muito comigo.
Me tocou a ponto de querer fazer um espetáculo delicado, sabia?

Eu te amo querida.
E o que é melhor é vivermos tanto, assim de perto e cada vez mais nosso amor se afirmar. A vida as vezes nos faz seguir caminhos tão confusos e as pessoas se perdem. Se corrompem e se magoam.
Adoro pensar que nós não mudamos porque crescemos.

Meu beijo, cheio de força para você sempre. Conte comigo, tá?

Cotinha, a vida é curta. Muito curta e não há garantias de ter mais ali, depois.
Aproveitar a vida é viver de tudo ou viver uma ou outra coisa intensamente? Pergunte isso a Seu Fuchs quando você estiver com ele.
Quem sabe eu fico sabendo o que fazer da minha vida , afinal? =P

Te amo 'Cota querida. Conte comigo também. =.)