quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Setembro, 16 - 1930

Ela era apaixonada por Benito de Paula, imitava a Marylin Monroe e era fã de Elis.

Sempre bem maquiada, o frasco do seu perfume parecia um minarete.

Ouvia Luiz Vieira no rádio de pilha enquanto escolhia os brincos, antes de ir trabalhar.

Corria atrás da gente com a língua de boi que ainda ia cozinhar para brincar de "boi lambeu". Uma brincadeira meio esquisita que, além de produzir estranheza no espírito, deixava as pernas bem vermelhas!

Era devota de Santa Bárbara e colecionava letras de bolero dentro do enorme livro preto de receitas. Originalmente, um livro de registro, com páginas numeradas, que ela trouxe da sessão em que trabalhava. Depois virou relíquia, com fotos de guloseimas que pareciam flores e assados que eu jurava serem de verniz...

(pausa)

...Era capaz de ter salvado o mundo (até virado santa!) se, ao invés de processos, tivesse produzido ambrosia.

(Para Elívia, minha mãe. Para Betina, minha irmã)

5 comentários:

Eleonora Marino Duarte disse...

(silêncio.)

la verdad oculta del ser disse...
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Rafael disse...

lindo

merecedor de aplausos

Silvia Masc disse...

Interessante e instigante essa moça... rs
Bravo!

Primeira Pessoa disse...

vou traduzir tudinho em duas palavras:
belíssimo texto.

dona elvíria, sem sombra de dúvida, pessoa linda.

bela homenagem.

abração do
roberto.