quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

In-domável




Minha vida pode ser contada pela história de meus amores. É impressionante a capacidade que eu tenho de me apaixonar e mudar tudo, de uma hora para outra. Acho isso bom. Vou passando pela vida e me misturando a quem amo ou já amei. Falo de amigos também, às vezes. Vou entrando por aqui, por ali e saindo mais adiante, sendo outra. Eu mesma, mas outra. Talvez seja assim com todo mundo, não sei... Sei que eu mudo a cada momento e não me importa se é para melhor ou pior. Me iludo sempre que sou melhor. No sentido de ser melhor em relação a si mesmo, sem esse papo besta de moral religiosa ou cívica. Sem hierarquias limitadoras já definidas. Às vezes mudo em escalas largas, decisivas. Às vezes sutilezas fazem toda diferença. Este texto é um desabafo solitário em exposição aos que me lerem ao acaso. Gosto de ser solitária, quando me convém. Acho mesmo que a todo mundo convém um pouco de solidão. A intensidade precisa ser digerida sozinha. Não sou poeta, não sou filósofa, não sou doutora em nada. Mas me permito escrever o que me vem na telha.


Faço aqui minha pequena homenagem aos meus amores todos que me fizeram diferente este ano. Ao homem cego que não quis nada comigo, ao senhor de carro grande que me deixou saudade do que eu não vivi, ao homem comum, cheio de vida prevenida que me entediou, ao moço jovem que ficou me olhando dançar a noite toda, sentado em uma cadeira que mal lhe cabia os ombros...



Que delícia ver a vida que passa por aqui....



(Dedico este tolo solilóquio à Lou Salomé, a quem sempre invejei a existência, à Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, que eu tentei em vão imitar, à Florbela Espanca, à Sophia de Mello Breyner Andresen pelas poesias que eu gostaria de ter escrito e à Luz Del Fuego que foi realmente original.)

13 comentários:

Anônimo disse...

Joicinha,


Será que não faltou alguém nessa lista?

Já posso começar a ouvir uns fados, pensei cá comigo...


Feliz ano novo para si e aos seus!

Barbara disse...

É TUDO DE BOM LER A QUEM ESCREVE O QUE DÁ NA TELHA.
QUEM RECEBE A LEITURA PERCEBE A SINCERA VORACIDADE COM QUE ÉS SINCERAMENTE SÁBIA.

Anônimo disse...
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Unknown disse...

Irmã da Betina?
Hum...adorei sua descrição, e sua indiscrição...rsrsrsrs.
Adorei a dedicatória. Escreve mais...

Anônimo disse...

Desistiu do blogue? Não desiste não!
Gostei do texto. Amores são assim: vêm e vão. Alguns ficam. Enfim...

Bjs.

ManinhaChica disse...

Que lindo, Mana minha Chiquinha
Te amo!

Chiquinha Chicória disse...

ManinhaChica também te amo.



Amèlie, não desisti. Simplesmente não há nada a falar, aqui é assim mesmo. É só um cantinho que eu venho vez ou outra. Grande beijo.


Walkíria, grande beijo.

Sylvio de Alencar. disse...
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Sylvio de Alencar. disse...

Dessa vez, esvaziei-me de idéias pré concebidas. As palavras vêm-me fácil quando as chamo. Minhas idéias andam perto dos meus pensamentos , que estão perto de minha fala.
Venho desarmado, literalmente.
Não sou tão otimista comigo, também não me engano, embora goste muito de mim.
Me apaixono com extrema facilidade, mas, não tenho amores; mentir sobre isso não me dou o direito.
Devo ser um cara chato...; não sei...; alguma coisa não bate! Já disse no blog de uma amiga, que devo ser um planeta (falta luz própria, ou talvez, meus movimentos sejam restritos a uma órbita restrita...; juro que não sei!).
Me veio tudo isso ouvindo vc falar de seus amores...; como é legal esses acontecimentos, as mudanças que trazem, a riqueza que fica quando somos pessoas de boa vontade para conosco.
Legal ler vc. Me senti bem!
Talvez eu seja um homem comum, e ache que não; pode ser.

Bem, como um rapaz obediente perante uma mulher que costuma admirar, vim a aqui falar com..., vc?

Sylvio de Alencar. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sylvio de Alencar. disse...

Vc não responde, né Joice...
Tá bom..., fiquemos por aqui; por enquanto. Não, não é um favor..., é uma preferência.

Abrçs.

O que Cintila em Mim disse...

A vida passa deixando um perfume e sentimos saudades dele...

Chiquinha Chicória disse...

Sylvio, desculpe-me por não responder.

É que eu não venho sempre mesmo, faço pequenos desabafos, não tenho pretensões de escritora e muito menos de seguidores ou ilustrissimos comentadores como os que vêm aqui gentilmente brindar palavras comigo.

Eu apareço, me atualizo dos brindes e meu coração fica aquecido. Desculpe-me a demora. Mas é que acho que um brinde pode durar um ano inteiro.

Um beijo e meu obrigada, sinceramente.